Kalpana Chawla: A História Inspiradora da Primeira Mulher de Origem Indiana no Espaço

1. Introdução

Kalpana Chawla foi uma astronauta, engenheira e cientista que se tornou a primeira mulher de origem indiana a viajar para o espaço.

Ela participou de duas missões espaciais, a STS-87 e a STS-107, e realizou experimentos científicos no espaço.

Ela também foi uma das sete vítimas do acidente do ônibus espacial Columbia, em 2003.

Sua história é uma fonte de inspiração para milhões de pessoas, especialmente mulheres, que sonham em explorar o universo e contribuir para a ciência.

Neste artigo, vamos conhecer mais sobre a vida, a carreira e o legado de Kalpana Chawla, e entender por que ela é considerada uma das personalidades mais importantes da história espacial.

2. Vida Pessoal e Educação

2.1 Infância e Influências

Kalpana Chawla nasceu em 17 de março de 1962, em Karnal, na Índia.

Ela era a caçula de quatro filhos de Banarsi Lal Chawla e Sanjyoti Chawla, que eram comerciantes.

Desde cedo, ela demonstrou um grande interesse por aviação e engenharia, e sonhava em voar.

Ela costumava desenhar aviões e observar o céu com fascinação.

Ela também era uma aluna brilhante, que se destacava em matemática e ciências.

Ela teve como influências o seu pai, que a encorajava a seguir seus sonhos, e o seu irmão mais velho, que era piloto.

Ela também admirava J. R. D. Tata, um pioneiro da aviação indiana, e Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar na Lua.

2.2 Educação e Formação

Kalpana Chawla completou o seu ensino médio na Tagore School, em Karnal, em 1976.

Ela então ingressou no Punjab Engineering College, em Chandigarh, onde se formou em engenharia aeronáutica, em 1982.

Ela foi a primeira mulher a se formar nessa área na instituição.

Em 1982, ela se mudou para os Estados Unidos, onde continuou seus estudos na Universidade do Texas, em Arlington. Lá, ela obteve o seu mestrado em engenharia aeroespacial, em 1984.

Ela também se casou com Jean-Pierre Harrison, um instrutor de voo, em 1983.

Em 1988, ela concluiu o seu doutorado em engenharia aeroespacial na Universidade do Colorado, em Boulder. Sua tese foi sobre a simulação computacional de fluxos turbulentos bidimensionais.

3. Carreira Profissional e Mudança para os Estados Unidos

3.1 Mudança para os Estados Unidos

Kalpana Chawla decidiu se mudar para os Estados Unidos em busca de melhores oportunidades educacionais e profissionais.

Ela também queria realizar o seu sonho de se tornar uma astronauta, o que era muito difícil na Índia na época.

Ela obteve a cidadania americana em 1991.

3.2 Carreira na NASA

Após concluir o seu doutorado, Kalpana Chawla trabalhou como pesquisadora na NASA Ames Research Center, na Califórnia, entre 1988 e 1993.

Ela se envolveu em projetos relacionados à aerodinâmica, à propulsão e à dinâmica de voo.

Em 1994, ela foi selecionada como candidata a astronauta pela NASA.

Ela passou por um rigoroso treinamento de dois anos no Johnson Space Center, em Houston, onde aprendeu sobre os sistemas do ônibus espacial, as operações orbitais, a caminhada espacial, a robótica e a sobrevivência.

Em 1996, ela se tornou uma astronauta qualificada, e foi designada para a missão STS-87, a quarta missão do Spacelab, um laboratório científico no espaço.

4. Missões Espaciais

4.1 STS-87: A Primeira Missão Espacial de Kalpana Chawla

A missão STS-87 foi lançada em 19 de novembro de 1997, a bordo do ônibus espacial Columbia.

Kalpana Chawla se preparando para a missão STS-87, em 19/nov/1997. — Kalpana Chawla se preparando para a missão STS-87.
©Arquivos da NASA

Kalpana Chawla foi a especialista de missão e a operadora do braço robótico do ônibus espacial.

Ela foi a primeira mulher de origem indiana a viajar para o espaço, e a segunda pessoa de origem indiana, depois de Rakesh Sharma, que foi ao espaço em 1984, como parte de um programa conjunto entre a Índia e a União Soviética.

A missão STS-87 durou 15 dias, 16 horas e 34 minutos, e realizou mais de 80 experimentos científicos no espaço, envolvendo física, biologia, ciência dos materiais, observação da Terra e astronomia.

Kalpana Chawla foi responsável por implantar e recuperar o Spartan-201, um satélite que estudou o vento solar e a coroa solar.

Ela também operou o braço robótico para auxiliar os astronautas Winston Scott e Takao Doi em suas caminhadas espaciais.

A missão STS-87 foi um sucesso, e Kalpana Chawla recebeu muitos elogios por seu desempenho e sua habilidade.

Ela também se tornou uma celebridade na Índia, onde foi recebida com honras e admiração.

4.2 STS-107: A Trágica Missão do Ônibus Espacial Columbia

A missão STS-107 foi lançada em 16 de janeiro de 2003, a bordo do ônibus espacial Columbia.

Kalpana Chawla foi novamente a especialista de missão e a operadora do braço robótico do ônibus espacial.

Ela foi a primeira mulher de origem indiana a ir ao espaço duas vezes.

A missão STS-107 durou 16 dias, e realizou mais de 80 experimentos científicos no espaço, envolvendo física, biologia, ciência dos materiais, observação da Terra e educação.

Kalpana Chawla foi responsável por operar o braço robótico para manipular o FREESTAR, um conjunto de experimentos que estudou a atmosfera terrestre, o ozônio, a poeira cósmica e os raios cósmicos.

Ela também conduziu experimentos sobre o crescimento de plantas, a combustão e a microgravidade.

A missão STS-107 terminou em tragédia, quando o ônibus espacial Columbia se desintegrou durante a reentrada na atmosfera, em 1º de fevereiro de 2003.

Todos os sete membros da tripulação morreram no acidente, que foi causado por um dano no escudo térmico do ônibus espacial, provocado por um pedaço de espuma que se soltou do tanque externo durante o lançamento.

O acidente foi um dos mais graves da história espacial, e levou à suspensão dos voos dos ônibus espaciais por mais de dois anos.

Kalpana Chawla foi uma das vítimas do acidente, e deixou um legado de coragem, determinação e paixão pelo espaço.

5. Legado e Inspiração

5.1 Impacto na Comunidade Indiana

A história de Kalpana Chawla teve um grande impacto na comunidade indiana, especialmente nas mulheres, que se inspiraram em sua jornada para perseguirem carreiras em ciência e tecnologia.

Ela foi um exemplo de que as mulheres podem alcançar qualquer objetivo que se propuserem, e que não há limites para o seu potencial.

Ela também foi um símbolo de orgulho e de identidade para os indianos, que se sentiram representados e valorizados no cenário espacial.

Muitas mulheres indianas seguiram os passos de Kalpana Chawla, e se tornaram astronautas, cientistas, engenheiras e líderes em diversas áreas relacionadas ao espaço.

Algumas delas são:

Sunita Williams, que foi a segunda mulher de origem indiana a ir ao espaço, e que detém o recorde de mais tempo no espaço por uma mulher;
Tessy Thomas, que é a primeira mulher a liderar um projeto de míssil na Índia, e que é conhecida como a “Missile Woman of India”;
Nandini Harinath, que é a vice-diretora de operações da missão Mars Orbiter Mission, a primeira missão interplanetária da Índia; e
Ritu Karidhal, que é a diretora de missão da missão Chandrayaan-2, a segunda missão lunar da Índia.

Essas mulheres são exemplos de que o legado de Kalpana Chawla continua vivo e inspirando novas gerações de mulheres indianas a explorarem o espaço.

5.2 Contribuições Duradouras

A história de Kalpana Chawla não só inspirou a comunidade indiana, mas também contribuiu para o avanço da ciência e da exploração espacial.

Ela realizou experimentos importantes no espaço, que ampliaram o conhecimento sobre a física, a biologia, a ciência dos materiais, a observação da Terra e a educação.

Ela também demonstrou habilidade e competência na operação do braço robótico do ônibus espacial, que é uma ferramenta essencial para a manipulação de cargas e satélites no espaço.

Ela também foi uma das primeiras mulheres a realizar uma caminhada espacial, que é uma atividade de alto risco e de grande valor para a manutenção e a construção de estruturas espaciais.

O legado de Kalpana Chawla é reconhecido e celebrado pela NASA, que a considera uma das suas mais ilustres astronautas.

A NASA também homenageou Chawla com o prêmio Congressional Space Medal of Honor, que é a mais alta condecoração concedida a um astronauta.

6. Homenagens Póstumas

6.1 Reconhecimentos e Prêmios

Após o seu falecimento, Kalpana Chawla recebeu vários reconhecimentos e prêmios póstumos por suas realizações.

Alguns deles são:

O prêmio Congressional Space Medal of Honor, concedido pelo Congresso dos Estados Unidos em 2004.
O prêmio Padma Shri, a quarta maior honraria civil da Índia, concedido pelo governo indiano em 2004.
O prêmio Medalha de Honra da Aeronáutica, concedido pelo governo brasileiro em 2004.
O prêmio NASA Space Flight Medal, concedido pela NASA em 2004.
O prêmio NASA Distinguished Service Medal, concedido pela NASA em 2004.

6.2 Homenagens na Índia e nos Estados Unidos

Além dos prêmios, Kalpana Chawla também recebeu diversas homenagens na Índia e nos Estados Unidos, que expressaram o seu respeito e admiração por ela.

Algumas dessas homenagens são:

A nomeação de uma cratera na Lua como Chawla, pela União Astronômica Internacional, em 2006.
A nomeação de um asteróide como 51826 Kalpanachawla, pelo Centro de Planetas Menores, em 2007.
A inauguração de um planetário em sua cidade natal, Karnal, chamado Planetário Kalpana Chawla, em 2007.
A inauguração de uma estátua em sua homenagem na Universidade do Texas, em Arlington, em 2010.
A inauguração de uma estátua em sua homenagem na Universidade do Colorado, em Boulder, em 2012.
A nomeação de uma rua em sua homenagem em San Francisco, chamada Kalpana Chawla Way, em 2013.
A nomeação de uma nave espacial de carga da NASA como S.S. Kalpana Chawla, em 2020.

7. Conclusão

7.1 Recapitulação da História Inspiradora de Kalpana Chawla

Kalpana Chawla foi uma astronauta, engenheira e cientista que se tornou a primeira mulher de origem indiana a viajar para o espaço.

Ela participou de duas missões espaciais, a STS-87 e a STS-107, e realizou experimentos científicos no espaço.

Ela também foi uma das sete vítimas do acidente do ônibus espacial Columbia, em 2003.

Ela nasceu em Karnal, na Índia, em 1962, e desde cedo demonstrou um grande interesse por aviação e engenharia.

Ela se formou em engenharia aeronáutica na Índia, e depois se mudou para os Estados Unidos, onde obteve o seu mestrado e o seu doutorado em engenharia aeroespacial.

Ela trabalhou como pesquisadora na NASA, e depois foi selecionada como candidata a astronauta.

Ela se tornou uma astronauta qualificada em 1996, e foi designada para a missão STS-87, a sua primeira missão espacial, em 1997.

Ela foi a primeira mulher de origem indiana a ir ao espaço, e a segunda pessoa de origem indiana, depois de Rakesh Sharma.

Ela realizou a sua segunda missão espacial, a STS-107, em 2003, mas morreu no acidente do ônibus espacial Columbia, durante a reentrada na atmosfera.

7.2 Relevância Contínua

A história de Kalpana Chawla é uma história inspiradora, que nos mostra que os sonhos podem se tornar realidade, se tivermos coragem, determinação e paixão.

Ela é um exemplo de que as mulheres podem alcançar qualquer objetivo que se propuserem, e que não há limites para o seu potencial.

Ela é um símbolo de orgulho e de identidade para os indianos, que se sentem representados e valorizados no cenário espacial.

Ela é uma fonte de inspiração para milhões de pessoas, especialmente mulheres, que sonham em explorar o universo e contribuir para a ciência.

A história de Kalpana Chawla também é uma história relevante, que nos mostra a importância da ciência e da exploração espacial para o avanço da humanidade.