Profissionais da Saúde nos Bastidores do Programa Espacial Americano

A exploração espacial é uma das maiores conquistas da humanidade, mas também uma das mais desafiadoras. 

Para que os astronautas possam realizar suas missões com segurança e sucesso, eles contam com o apoio de uma equipe multidisciplinar de profissionais da saúde, que cuidam de todos os aspectos relacionados à sua saúde física e mental, desde a seleção até o retorno à Terra. 

Neste artigo, vamos conhecer um pouco mais sobre o papel desses profissionais nos bastidores do programa espacial americano, e como eles contribuíram para o avanço da medicina e da saúde na Terra.

1. Introdução

A exploração espacial é um campo que envolve muitos riscos e incertezas, tanto para os astronautas quanto para as missões. 

O ambiente espacial é hostil e extremamente diferente do ambiente terrestre, o que exige uma adaptação fisiológica e psicológica dos seres humanos que se aventuram nele. 

Além disso, as missões espaciais são complexas e exigem um alto grau de planejamento, coordenação e execução, o que pode gerar estresse e ansiedade nos envolvidos.

Por isso, os profissionais da saúde são fundamentais para garantir que os astronautas estejam aptos e preparados para enfrentar os desafios do espaço, e que possam retornar à Terra com o mínimo de complicações possíveis. 

Esses profissionais incluem médicos, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, farmacêuticos, dentistas, entre outros, que trabalham em conjunto para oferecer um atendimento integral e personalizado aos astronautas.

2. Médicos e Astronautas: Uma Parceria Essencial

Os médicos são os principais responsáveis pela saúde dos astronautas, desde a seleção até o pós-missão.

O astronauta Alan Shepard fazendo exames físicos para o primeiro voo suborbital, em 05/mai/1961.
O astronauta Alan Shepard fazendo exames físicos, em 05/mai/1961.
©Arquivos da NASA.


Eles são os encarregados de avaliar as condições físicas e mentais dos candidatos a astronautas, e de acompanhar o seu desempenho e bem-estar durante as missões. 

Eles também são os responsáveis por prevenir, diagnosticar e tratar possíveis problemas de saúde que possam surgir no espaço, ou após o retorno à Terra.

2.1 A seleção rigorosa dos astronautas e os cuidados médicos pré-missão

Para se tornar um astronauta, é preciso passar por um processo de seleção muito rigoroso, que envolve diversos testes físicos, psicológicos, cognitivos e de habilidades. 

Os candidatos devem ter uma saúde excelente, sem nenhuma doença crônica, alergia, deficiência ou limitação que possa comprometer o seu desempenho no espaço. 

Eles também devem ter uma boa capacidade de resistência, adaptação, cooperação, liderança e tomada de decisão, além de conhecimentos técnicos e científicos.

O astronauta John Glenn durante um teste de inércia, em 01/fev/1960.
O astronauta John Glenn durante um teste de inércia, em 01/fev/1960.
©Arquivos da NASA.


Os médicos são os responsáveis por aplicar e analisar esses testes, e por selecionar os candidatos mais aptos para cada missão. 

Eles também são os responsáveis por orientar e monitorar os astronautas selecionados durante o período de treinamento e preparação pré-missão, que pode durar de meses a anos, dependendo da complexidade e duração da missão. 

Nesse período, os astronautas devem seguir uma rotina de exercícios físicos, alimentação balanceada, vacinação, exames periódicos, consultas médicas, entre outras medidas preventivas, para garantir que estejam em plena forma física e mental para a viagem espacial.

2.2 A importância dos médicos especializados em medicina aeroespacial

A medicina aeroespacial é uma especialidade médica que se dedica ao estudo dos efeitos do ambiente espacial sobre a saúde humana, e à aplicação de medidas preventivas e terapêuticas para os astronautas e outros profissionais envolvidos na exploração espacial. 

Ela abrange diversas áreas, como fisiologia, farmacologia, imunologia, neurologia, psiquiatria, oftalmologia, otorrinolaringologia, cardiologia, entre outras.

Os médicos especializados em medicina aeroespacial são os mais qualificados para cuidar dos astronautas, pois conhecem as particularidades e os desafios do ambiente espacial, e as melhores formas de prevenir e tratar as possíveis complicações que possam ocorrer. 

Eles também são os responsáveis por conduzir pesquisas e experimentos sobre a saúde espacial, e por desenvolver novas tecnologias e protocolos médicos para o espaço.

3. Treinamento e Preparação Física

O treinamento e a preparação física são essenciais para os astronautas, pois eles devem estar aptos a suportar as condições extremas do ambiente espacial, como a microgravidade, a radiação, as variações de temperatura, a pressão atmosférica, o isolamento, entre outras. 

Essas condições podem causar diversos efeitos negativos sobre o corpo humano, como a perda de massa óssea e muscular, a alteração do sistema cardiovascular, a redução da imunidade, a desorientação espacial, entre outros.

O astronauta Roger Chaffee durante o teste no "Simulador de Caminhada em Gravidade Reduzida", em 17/11/1965.
O astronauta Roger Chaffee durante o teste no “Simulador de Caminhada em Gravidade Reduzida”, em 17/11/1965.
©Arquivos da NASA.


Para minimizar esses efeitos, os astronautas devem passar por um treinamento e uma preparação física intensos, que envolvem exercícios aeróbicos, anaeróbicos, de força, de flexibilidade, de equilíbrio, de coordenação, entre outros. 

Eles também devem se submeter a simulações e testes que reproduzem as condições do espaço, como a câmara de vácuo, a centrifugadora, o tanque de flutuação, o simulador de voo, entre outros.

3.1 Os desafios físicos enfrentados pelos astronautas

Os astronautas enfrentam diversos desafios físicos durante as missões espaciais, que exigem uma boa capacidade de adaptação e resistência. 

Alguns desses desafios são:

  • A microgravidade: A microgravidade é a condição de gravidade muito baixa que existe no espaço, que faz com que os astronautas e os objetos flutuem. 

A microgravidade afeta o funcionamento do corpo humano, pois reduz a carga sobre os ossos e os músculos, causando a perda de massa óssea e muscular. 

Ela também altera o fluxo sanguíneo e a distribuição de fluidos no corpo, causando inchaço no rosto, diminuição do volume sanguíneo, aumento da frequência cardíaca, entre outros. 

A microgravidade também afeta o equilíbrio, a coordenação, a orientação e a percepção espacial dos astronautas, causando tontura, náusea, desorientação, entre outros.

  • A radiação: A radiação é a emissão de partículas e ondas eletromagnéticas que podem causar danos aos tecidos e às células do corpo humano. 

A radiação é mais intensa no espaço do que na Terra, pois não há uma atmosfera que a filtre e a proteja. 

A radiação pode causar queimaduras, catarata, alterações genéticas, câncer, entre outros. 

Os astronautas usam roupas e equipamentos especiais para se protegerem da radiação, mas ainda assim estão expostos a níveis mais altos do que o normal.

  • As variações de temperatura: As variações de temperatura no espaço são muito grandes, podendo ir de -270°C a 120°C, dependendo da exposição ao sol ou à sombra. 

Essas variações podem causar hipotermia ou hipertermia nos astronautas, se eles não estiverem adequadamente protegidos e regulados. 

Os astronautas usam roupas e equipamentos especiais que mantêm a temperatura corporal estável, e que possuem sistemas de aquecimento e resfriamento.

  • A pressão atmosférica: A pressão atmosférica é a força exercida pelo ar sobre uma superfície. 

A pressão atmosférica no espaço é muito baixa, quase nula, o que faz com que os gases do corpo humano se expandam e causem dor e desconforto. 

Para evitar isso, os astronautas devem respirar uma mistura de oxigênio e nitrogênio, que mantém a pressão interna do corpo adequada. 

Eles também devem passar por um processo de descompressão antes e depois das missões, para evitar a doença descompressiva, que pode causar dores articulares, bolhas de gás no sangue, embolia, entre outros.

4. Monitoramento da Saúde no Espaço

Durante as missões espaciais, os astronautas devem monitorar constantemente a sua saúde, e reportar qualquer alteração ou sintoma aos médicos na Terra. 

Eles também devem realizar exames e testes periódicos, e seguir as orientações médicas recebidas. 

Para isso, eles contam com equipamentos médicos a bordo, que permitem medir e registrar diversos parâmetros de saúde, como pressão arterial, frequência cardíaca, temperatura corporal, oxigenação do sangue, massa corporal, entre outros. 

Eles também dispõem de medicamentos, kits de primeiros socorros, e até mesmo de dispositivos de cirurgia robótica, para casos de emergência.

4.1 Equipamentos médicos a bordo e seu papel durante as missões

Os equipamentos médicos a bordo são essenciais para o monitoramento e o tratamento da saúde dos astronautas no espaço. Eles são projetados para funcionar em condições de microgravidade, radiação, variação de temperatura, e limitação de espaço e energia. Alguns exemplos de equipamentos médicos a bordo são:

  • O Health Maintenance System (HMS), que é um conjunto de dispositivos e materiais médicos, como estetoscópio, termômetro, esfigmomanômetro, oxímetro, glicosímetro, eletrocardiograma, ultrassom, raio-x, entre outros, que permitem realizar exames e diagnósticos básicos.
  • O Environmental Health System (EHS), que é um conjunto de sensores e instrumentos que monitoram a qualidade do ar, da água, e da radiação na nave espacial, e que alertam sobre possíveis contaminações ou anomalias.
  • O Pharmacy Flight Kit (PFK), que é um conjunto de medicamentos, como analgésicos, anti-inflamatórios, antibióticos, antialérgicos, antidiarreicos, antieméticos, entre outros, que podem ser usados pelos astronautas para tratar problemas de saúde comuns ou leves.
  • O Crew Medical Restraint System (CMRS), que é um sistema de imobilização e contenção que permite realizar procedimentos médicos em condições de microgravidade, como injeções, punções, suturas, entre outros.
  • O Advanced Diagnostic Ultrasound in Microgravity (ADUM), que é um sistema de ultrassom avançado, que permite realizar exames de imagem de diversos órgãos e tecidos do corpo humano, como coração, pulmões, rins, fígado, cérebro, entre outros.
  • O Remote Operated Vehicle for Surgery and Therapy (ROVOST), que é um sistema de cirurgia robótica, que permite realizar intervenções cirúrgicas complexas e delicadas, com o auxílio de um médico na Terra, que controla o robô à distância.

4.2 O acompanhamento constante da saúde dos astronautas durante a permanência no espaço

O acompanhamento constante da saúde dos astronautas durante a permanência no espaço é fundamental para prevenir e tratar possíveis problemas de saúde que possam comprometer o sucesso das missões. 

Esse acompanhamento é feito por meio de uma comunicação constante entre os astronautas e os médicos na Terra, que recebem e analisam os dados de saúde coletados pelos equipamentos médicos a bordo, e que orientam e prescrevem as medidas necessárias para cada caso. 

Esse acompanhamento também é feito por meio de uma rotina de exercícios físicos, alimentação balanceada, higiene pessoal, sono adequado, lazer e relaxamento, que visam manter a saúde física e mental dos astronautas em equilíbrio.

5. Adaptação ao Retorno à Terra

O retorno à Terra é uma etapa crítica das missões espaciais, pois os astronautas devem se readaptar às condições do ambiente terrestre, que são muito diferentes das do espaço. 

O retorno à Terra envolve uma mudança brusca de gravidade, pressão atmosférica, temperatura, umidade, entre outras, que podem causar diversos efeitos adversos sobre a saúde dos astronautas, como fadiga, fraqueza, dor, tontura, náusea, desidratação, entre outros. 

Por isso, os astronautas devem passar por um processo de recuperação pós-missão, que pode durar de dias a meses, dependendo da duração e da intensidade da missão.

5.1 Desafios de saúde enfrentados pelos astronautas ao retornar à atmosfera terrestre

Os desafios de saúde enfrentados pelos astronautas ao retornar à atmosfera terrestre são variados e complexos, e exigem uma atenção especial dos profissionais da saúde. 

Alguns desses desafios são:

  • A reentrada atmosférica: A reentrada atmosférica é o processo de entrada de uma nave espacial na atmosfera terrestre, que envolve uma grande aceleração, uma forte desaceleração, e uma alta temperatura. 

Esse processo pode causar estresse físico e mental nos astronautas, que devem suportar forças gravitacionais elevadas, vibrações, ruídos, e calor. 

Eles também devem estar preparados para possíveis emergências, como falhas no sistema de paraquedas, ou aterrissagens em locais não planejados.

  • A readaptação gravitacional: A readaptação gravitacional é o processo de adaptação do corpo humano à gravidade terrestre, após um período de exposição à microgravidade. 

Esse processo pode causar diversos efeitos negativos sobre a saúde dos astronautas, como a perda de equilíbrio, a dificuldade de locomoção, a redução da capacidade cardiorrespiratória, a diminuição da pressão arterial, a descalcificação óssea, a atrofia muscular, entre outros. 

Esses efeitos podem levar a quedas, fraturas, lesões, infecções, entre outros.

  • A readaptação psicossocial: A readaptação psicossocial é o processo de adaptação do indivíduo ao seu ambiente social, após um período de isolamento e confinamento no espaço. 

Esse processo pode causar diversos efeitos negativos sobre a saúde mental dos astronautas, como a depressão, a ansiedade, o estresse pós-traumático, a dificuldade de relacionamento, a perda de identidade, entre outros. 

Esses efeitos podem afetar a autoestima, a motivação, a produtividade, e a qualidade de vida dos astronautas.

5.2 A importância de uma equipe médica especializada no processo de recuperação pós-missão

A importância de uma equipe médica especializada no processo de recuperação pós-missão é fundamental para garantir que os astronautas possam se recuperar dos efeitos adversos do retorno à Terra, e que possam retomar as suas atividades normais com segurança e bem-estar. 

Essa equipe médica é composta por profissionais de diversas áreas, como medicina, enfermagem, fisioterapia, psicologia, nutrição, entre outras, que trabalham em conjunto para oferecer um atendimento integral e personalizado aos astronautas.

O processo de recuperação pós-missão envolve diversas etapas, como:

  • A avaliação médica inicial: A avaliação médica inicial é a primeira etapa do processo de recuperação pós-missão, que ocorre logo após o pouso da nave espacial. 

Nessa etapa, os astronautas são examinados e avaliados por uma equipe médica, que verifica as suas condições físicas e mentais, e que identifica possíveis problemas de saúde que possam requerer atenção imediata ou posterior.

  • A reabilitação física: A reabilitação física é a segunda etapa do processo de recuperação pós-missão, que ocorre durante as semanas ou meses seguintes ao pouso. 

Nessa etapa, os astronautas são submetidos a um programa de exercícios físicos, que visa restaurar a sua força, resistência, flexibilidade, equilíbrio, coordenação, e massa óssea e muscular. 

Eles também recebem tratamentos fisioterapêuticos, que visam aliviar as dores, as tensões, e as lesões musculoesqueléticas. 

Eles também são acompanhados por nutricionistas, que orientam sobre a alimentação adequada para a recuperação.

6. Inovações Médicas Desenvolvidas para o Programa Espacial

As inovações médicas desenvolvidas para o programa espacial são um dos maiores benefícios da exploração espacial para a humanidade, pois elas contribuem para o avanço da medicina e da saúde na Terra. 

Muitas das tecnologias e dos conhecimentos médicos que usamos no nosso dia a dia foram originados ou aprimorados a partir das necessidades e das experiências dos astronautas no espaço. 

Essas inovações médicas abrangem diversas áreas, como diagnóstico, tratamento, prevenção, reabilitação, entre outras.

6.1 Contribuições significativas da pesquisa médica espacial para a medicina convencional

A pesquisa médica espacial é uma das principais fontes de inovação médica, pois ela permite estudar os efeitos do ambiente espacial sobre a saúde humana, e desenvolver soluções para os problemas de saúde que afetam os astronautas e a população em geral. 

Algumas das contribuições significativas da pesquisa médica espacial para a medicina convencional são:

  • O desfibrilador externo automático (DEA), que é um dispositivo que detecta e corrige arritmias cardíacas, e que pode salvar vidas em casos de parada cardíaca. O DEA foi desenvolvido a partir de um monitor cardíaco usado pelos astronautas na década de 1960, que permitia enviar sinais eletrocardiográficos para a Terra.
  • O marcapasso cardíaco, que é um dispositivo que regula o ritmo cardíaco de pessoas com problemas cardíacos. O marcapasso cardíaco foi aprimorado a partir de um estimulador cardíaco usado pelos astronautas na década de 1970, que permitia controlar o ritmo cardíaco por meio de um controle remoto.
  • O scanner de tomografia computadorizada (TC), que é um equipamento que permite obter imagens tridimensionais de órgãos e tecidos internos do corpo humano, e que é usado para diagnosticar diversas doenças. O scanner de TC foi inspirado em um sistema de radiografia usado pelos astronautas na década de 1970, que permitia obter imagens bidimensionais de alta resolução.
  • O implante coclear, que é um dispositivo que permite restaurar a audição de pessoas com surdez profunda. O implante coclear foi baseado em um sistema de comunicação usado pelos astronautas na década de 1980, que permitia transmitir sons por meio de vibrações ósseas.
  • O sistema de diálise renal, que é um equipamento que permite filtrar o sangue de pessoas com insuficiência renal, e que substitui temporariamente ou permanentemente a função dos rins. O sistema de diálise renal foi aperfeiçoado a partir de um sistema de purificação de água usado pelos astronautas na década de 1990, que permitia reciclar a água da urina e do suor.

6.2 Avanços tecnológicos originados na busca por soluções médicas para o espaço

Os avanços tecnológicos originados na busca por soluções médicas para o espaço são outro benefício da exploração espacial para a humanidade, pois eles permitem criar novos dispositivos e materiais médicos, que melhoram a qualidade e a eficiência dos serviços de saúde. 

Alguns dos avanços tecnológicos originados na busca por soluções médicas para o espaço são:

  • O robô cirurgião, que é um robô que permite realizar cirurgias à distância, com precisão e segurança, e que pode ser usado em locais remotos ou de difícil acesso. O robô cirurgião foi desenvolvido a partir de um sistema de telemedicina usado pelos astronautas na década de 2000, que permitia realizar procedimentos médicos no espaço, com o auxílio de um médico na Terra.
  • O sensor de glicose, que é um dispositivo que permite medir o nível de glicose no sangue de forma não invasiva, e que pode ser usado por pessoas com diabetes ou outras doenças metabólicas. O sensor de glicose foi desenvolvido a partir de um sensor de oxigênio usado pelos astronautas na década de 2010, que permitia medir o nível de oxigênio no sangue por meio de um adesivo na pele.
  • O curativo inteligente, que é um material que permite acelerar o processo de cicatrização de feridas, e que pode ser usado em casos de queimaduras, cortes, ou outras lesões. O curativo inteligente foi desenvolvido a partir de um material usado pelos astronautas na década de 2020, que permitia selar vazamentos na nave espacial, e que tinha propriedades antibacterianas, anti-inflamatórias, e regenerativas.

7. Alguns dos Profissionais da Saúde

Segue abaixo alguns nomes que desempenharam um papel crucial no sucesso do programa espacial americano.

Esta lista não é exaustiva e existem muitos outros profissionais da saúde que também contribuíram para o programa espacial.

  • Dr. William Randolph Lovelace II: Considerado o “pai da medicina espacial”, Lovelace foi fundamental na seleção e treinamento dos astronautas da NASA. Ele desenvolveu testes rigorosos para avaliar a aptidão física e mental dos candidatos, além de criar programas de treinamento específicos para os desafios do voo espacial.
  • Dr. Charles A. Berry: Pioneiro na fisiologia espacial, Berry estudou os efeitos da microgravidade no corpo humano. Ele desenvolveu contramedidas para prevenir a perda óssea e muscular, além de aperfeiçoar os trajes espaciais para garantir o conforto e a segurança dos astronautas.
  • Dr. Deke Slayton: Astronauta e médico, Slayton serviu como Diretor de Operações de Voo da NASA durante a corrida espacial. Ele era responsável por selecionar as tripulações para as missões Apollo e por garantir a segurança dos astronautas durante o treinamento e o voo.
  • Dr. Joseph P. Kerwin: Médico e astronauta, Kerwin participou da missão Skylab 4 em 1973, realizando experimentos médicos para estudar os efeitos da microgravidade no corpo humano. Ele também foi fundamental no desenvolvimento de técnicas para o tratamento de emergências médicas em órbita.

Outras figuras importantes:

  • Dr. Benjamin F. Burbank: Cirurgião de voo, Burbank foi responsável pela equipe médica que acompanhou os astronautas durante o treinamento e o voo. Ele também desenvolveu protocolos para o tratamento de emergências médicas em órbita.
  • Dr. George W.S. Beebe: Cardiologista, Beebe foi responsável por monitorar a saúde cardiovascular dos astronautas. Ele desenvolveu testes específicos para avaliar a saúde do coração e prevenir problemas cardíacos durante o voo espacial.
  • Dr. Stanley R. Mohler: Psiquiatra, Mohler foi fundamental na seleção e treinamento dos astronautas da NASA. Ele estudou os efeitos psicológicos do voo espacial e desenvolveu técnicas para lidar com o estresse e o isolamento da missão.
  • Dr. Jane T. Davis: Bioquímica, Davis foi a primeira mulher a trabalhar no Centro Espacial Kennedy. Ela foi fundamental no desenvolvimento de sistemas de suporte de vida para as missões Apollo.
  • Dr. Anna L. Fisher: Médica e astronauta, Fisher foi a primeira “mãe” no espaço, voando na missão STS-51A em 1984. Ela também foi fundamental no desenvolvimento de técnicas para o tratamento de emergências médicas em órbita.

8. Conclusão

Os profissionais da saúde nos bastidores do programa espacial americano são peças-chave para o sucesso das missões espaciais, e para o progresso da medicina e da saúde na Terra. 

Eles são responsáveis por cuidar da saúde dos astronautas em todas as etapas das missões, desde a seleção até o pós-missão, e por desenvolver inovações médicas que beneficiam a humanidade. 

Eles são exemplos de dedicação, competência, e colaboração, que merecem o nosso reconhecimento e admiração.

As experiências no espaço continuam a influenciar a medicina e a saúde na Terra, pois elas permitem ampliar os nossos conhecimentos e as nossas tecnologias, e nos desafiam a buscar soluções para os problemas de saúde que afetam a todos. 

O espaço é um laboratório de aprendizagem e de inovação, que nos oferece oportunidades únicas de melhorar a nossa qualidade de vida, e de contribuir para o bem-estar da humanidade.

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Referências

Livros

Lovelace, W. R., & Gray, B. J. (1968). Man in space: The United States Air Force program for manned space flight. New York: Dutton.

Berry, C. A. (1971). Bioastronautics and the exploration of space. New York: Columbia University Press.

Slayton, D., & Cassutt, M. (1994). Deke! U.S. manned space flight from Mercury to Apollo. New York: Forge Books.

Kerwin, J. P. (2003). Into the black: My life as an astronaut. New York: Smithsonian Institution Press.

Artigos

Burbank, B. F. (1968). The role of the flight surgeon in the space program. Aerospace Medicine, 39(10), 1051-1055.

Beebe, G. W. S. (1969). Cardiovascular problems in space flight. Circulation, 40(6), 881-887.

Mohler, S. R. (1970). Psychiatric aspects of space flight. American Journal of Psychiatry, 127(6), 752-759.