Alcançando as Estrelas: Os Foguetes que Impulsionaram a Corrida Espacial

A corrida espacial foi um período de intensa competição entre os Estados Unidos e a União Soviética, que durou de 1957 a 1975, e que teve como palco o espaço sideral. 

Os dois países buscavam demonstrar sua superioridade tecnológica, política e militar, através de feitos pioneiros na exploração espacial.

A corrida espacial teve início com o lançamento do primeiro satélite artificial, o Sputnik 1, pela União Soviética, em 4 de outubro de 1957.

Esse evento causou um grande impacto na opinião pública mundial, e despertou o interesse e a preocupação dos Estados Unidos, que se sentiram ameaçados pela capacidade soviética de colocar objetos em órbita.

Os Estados Unidos responderam ao desafio soviético, criando a NASA (National Aeronautics and Space Administration), em 1958, e iniciando o seu próprio programa espacial. 

A partir daí, os dois países entraram em uma disputa acirrada, que envolveu o lançamento de satélites, sondas, animais e humanos ao espaço, e que culminou com a chegada do homem à Lua, em 1969.

1. Introdução

Os foguetes são veículos que se movem pelo princípio da ação e reação, expelindo um jato de gás a alta velocidade, e que não dependem do ar para funcionar. 

Eles são essenciais para a conquista espacial, pois são os únicos capazes de vencer a força da gravidade da Terra, e de alcançar as altas velocidades necessárias para entrar em órbita ou escapar dela.

Os foguetes são compostos por vários estágios, que se separam conforme o combustível é consumido, e que contêm motores, tanques, sistemas de controle e cargas úteis, como satélites, cápsulas ou módulos. 

Os foguetes podem ser classificados em dois tipos principais: 

  • os foguetes de combustível sólido, que têm uma mistura de combustível e oxidante em estado sólido, e que são mais simples, baratos e confiáveis, mas menos eficientes e controláveis; e 
  • os foguetes de combustível líquido, que têm um combustível e um oxidante em estado líquido, armazenados em tanques separados, e que são mais complexos, caros e arriscados, mas mais potentes e ajustáveis.

Os Estados Unidos desenvolveram vários tipos de foguetes ao longo da corrida espacial, cada um com características e objetivos específicos, e que contribuíram para o avanço do programa espacial americano. 

Neste artigo, vamos conhecer os principais foguetes que impulsionaram a corrida espacial, e as missões que eles realizaram.

2. Redstone: O Começo da Jornada Espacial

2.1 Origens e Desenvolvimento

O Redstone foi o primeiro foguete de grande porte desenvolvido pelos Estados Unidos, e o precursor dos foguetes usados nas missões espaciais.

O primeiro foguete desenvolvido pelos EUA, o Redstone, em 30/ago/1953.
O primeiro foguete desenvolvido pelos EUA, o Redstone, em 30/ago/1953.
©Arquivos da NASA.


Ele foi baseado no foguete alemão V-2, que foi usado como arma durante a Segunda Guerra Mundial, e que foi capturado pelos americanos após o fim do conflito.

O Redstone foi projetado pelo engenheiro alemão Wernher von Braun, que liderou a equipe responsável pelo V-2, e que foi recrutado pelos Estados Unidos para trabalhar no seu programa de foguetes. 

O Redstone era um foguete de combustível líquido, que usava etanol e oxigênio líquido como propelentes, e que tinha um único estágio, com um motor de 78 toneladas de empuxo.

O Redstone foi testado pela primeira vez em 1953, e entrou em operação em 1958, como parte do arsenal nuclear dos Estados Unidos. 

Ele tinha capacidade de lançar uma ogiva atômica de 3,8 megatons a uma distância de 320 quilômetros, e era considerado um foguete de médio alcance.

2.2 Missões do Projeto Mercury

O Redstone também foi usado para lançar as primeiras missões espaciais tripuladas dos Estados Unidos, no âmbito do Projeto Mercury, que tinha como objetivo colocar um astronauta em órbita da Terra. 

O Projeto Mercury foi iniciado em 1958, em resposta ao sucesso do programa espacial soviético, que havia lançado o primeiro satélite, o primeiro animal e o primeiro humano ao espaço.

O Redstone foi modificado para se tornar um foguete espacial, recebendo o nome de Mercury-Redstone. 

Ele teve seu comprimento aumentado, seu peso reduzido, seu sistema de controle aprimorado e sua carga útil adaptada para transportar uma cápsula espacial, chamada de Mercury, que tinha capacidade para um único astronauta.

O Mercury-Redstone foi usado para lançar duas missões suborbitais, que atingiram altitudes de cerca de 190 quilômetros, mas não entraram em órbita da Terra. 

A primeira missão, chamada de Mercury-Redstone 3, ocorreu em 5 de maio de 1961, e levou o astronauta Alan Shepard ao espaço, tornando-o o primeiro americano e o segundo humano a realizar um voo espacial.

Lançamento da missão Mercury-Redstone 3, que levou o astronauta Alan Shepard ao espaço, em 05/mai/1961.
Lançamento da missão Mercury-Redstone 3, em 05/mai/1961.
©Arquivos da NASA.


A segunda missão, chamada de Mercury-Redstone 4, ocorreu em 21 de julho de 1961, e levou o astronauta Virgil Grissom ao espaço, repetindo o feito de Shepard.

As missões Mercury-Redstone foram um passo importante para o programa espacial americano, pois demonstraram que os Estados Unidos eram capazes de enviar humanos ao espaço, e de trazê-los de volta em segurança. 

No entanto, elas não foram suficientes para superar a vantagem soviética, que já havia colocado um astronauta em órbita da Terra, em 12 de abril de 1961, usando o foguete R-7.

3. Atlas e Titan II: Impulsionando a Corrida

3.1 O Versátil Atlas

O Atlas foi o primeiro foguete de longo alcance desenvolvido pelos Estados Unidos, e o primeiro a colocar um satélite e um humano em órbita da Terra. 

Ele foi baseado no foguete alemão V-2, assim como o Redstone, mas tinha um design mais avançado e inovador.

O Atlas foi projetado pelo engenheiro ucraniano-americano Karel Bossart, que trabalhou na equipe de Wernher von Braun, e que foi contratado pela empresa Convair para desenvolver um foguete intercontinental. 

O Atlas era um foguete de combustível líquido, que usava querosene e oxigênio líquido como propelentes, e que tinha um estágio e meio, com três motores de 150 toneladas de empuxo cada.

O Atlas tinha uma estrutura leve e resistente, que usava um conceito chamado de “balão”, no qual os tanques de combustível eram mantidos sob pressão constante, e funcionavam como a pele do foguete, sem necessidade de uma estrutura interna. 

O Atlas também tinha um sistema de estágio e meio, no qual dois dos três motores eram descartados durante o voo, reduzindo o peso e aumentando a eficiência do foguete.

O Atlas foi testado pela primeira vez em 1957, e entrou em operação em 1959, como parte do arsenal nuclear dos Estados Unidos.

Teste do foguete Atlas, em 20/fev/1958, no Cabo Canaveral.
Teste do foguete Atlas, em 20/fev/1958, no Cabo Canaveral.
©Arquivos da NASA by Wikipedia.


Ele tinha capacidade de lançar uma ogiva atômica de 3,8 megatons a uma distância de 16 mil quilômetros, e era considerado um foguete intercontinental.

O Atlas também foi usado para lançar várias missões espaciais, tanto civis quanto militares, no âmbito dos projetos Mercury, Gemini, Agena, Centaur, Mariner, Pioneer, Ranger, Surveyor e outros. 

Ele foi modificado para se tornar um foguete espacial, recebendo o nome de Atlas-Agena, Atlas-Centaur ou Atlas-D, dependendo do tipo de estágio superior que ele usava.

O Atlas foi usado para lançar a primeira missão orbital tripulada dos Estados Unidos, no âmbito do Projeto Mercury, que tinha como objetivo colocar um astronauta em órbita da Terra. 

A missão, chamada de Mercury-Atlas 6, ocorreu em 20 de fevereiro de 1962, e levou o astronauta John Glenn ao espaço, tornando-o o primeiro americano e o terceiro humano a orbitar a Terra. 

O Atlas também lançou outras três missões orbitais tripuladas do Projeto Mercury, que levaram os astronautas Scott Carpenter, Wally Schirra e Gordon Cooper ao espaço, entre 1962 e 1963.

3.2 Titan II: Gateway para as Missões Gemini

O Titan II foi o segundo foguete de longo alcance desenvolvido pelos Estados Unidos, e o que permitiu a realização das missões Gemini, que tinham como objetivo preparar os astronautas para as missões lunares. 

Ele foi baseado no foguete Titan I, que foi o primeiro foguete de dois estágios dos Estados Unidos, e que foi usado como arma nuclear e como lançador de satélites.

O Titan II foi projetado pela empresa Martin, que foi contratada pela Força Aérea dos Estados Unidos para desenvolver um foguete intercontinental mais potente e confiável que o Atlas. 

O Titan II era um foguete de combustível líquido, que usava hidrazina e tetróxido de nitrogênio como propelentes, e que tinha dois estágios, com um motor de 200 toneladas de empuxo no primeiro estágio, e um motor de 45 toneladas de empuxo no segundo estágio.

O Titan II tinha uma estrutura mais robusta e convencional que o Atlas, que usava um conceito chamado de “estágio integral”, no qual os tanques de combustível dos dois estágios eram interligados, e funcionavam como uma única unidade. 

O Titan II também tinha um sistema de ignição a frio, que permitia o acionamento dos motores antes da decolagem, aumentando a segurança e a precisão do foguete.

O Titan II foi testado pela primeira vez em 1962, e entrou em operação em 1963, como parte do arsenal nuclear dos Estados Unidos. 

Ele tinha capacidade de lançar uma ogiva atômica de 9 megatons a uma distância de 15 mil quilômetros, e era considerado um foguete intercontinental.

O Titan II também foi usado para lançar as dez missões espaciais tripuladas do Projeto Gemini, que tinha como objetivo testar as técnicas e tecnologias necessárias para as missões lunares, como o acoplamento, a caminhada espacial, a navegação e o controle de reentrada.

Lançamento da missão Gemini 8, com um foguete Titan II, em 16/mar/1966.
Lançamento da missão Gemini 8, com um foguete Titan II, em 16/mar/1966.
©Arquivos da NASA.


O Projeto Gemini foi iniciado em 1962, como uma continuação do Projeto Mercury, e como uma preparação para o Projeto Apollo.

O Titan II foi modificado para se tornar um foguete espacial, recebendo o nome de Gemini-Titan II. 

Ele teve seu comprimento aumentado, seu peso reduzido, seu sistema de controle aprimorado e sua carga útil adaptada para transportar uma cápsula espacial, chamada de Gemini, que tinha capacidade para dois astronautas.

As missões Gemini-Titan II foram um passo fundamental para o programa espacial americano, pois permitiram que os Estados Unidos realizassem vários feitos inéditos na exploração espacial, como a primeira caminhada espacial, o primeiro acoplamento orbital, o primeiro voo controlado por computador, o primeiro voo em formação, o primeiro uso de combustível sólido, o primeiro pouso de precisão e o recorde de permanência no espaço.

4. Saturn I e Saturn IB: Preparação para a Grande Jornada

4.1 Saturn I: Testando as Águas Espaciais

O Saturn I foi o primeiro foguete de grande porte desenvolvido pelos Estados Unidos, e o que permitiu a realização das primeiras missões do Projeto Apollo, que tinham como objetivo levar humanos à Lua. 

Ele foi baseado no foguete Jupiter, que foi um foguete de médio alcance usado como arma nuclear e como lançador de satélites.

O Saturn I foi projetado pelo engenheiro alemão Wernher von Braun, que liderou a equipe responsável pelo Redstone, e que foi transferido para a NASA em 1960, para trabalhar no seu programa de foguetes. 

O Saturn I era um foguete de combustível líquido, que usava querosene e oxigênio líquido como propelentes, e que tinha dois estágios, com oito motores de 80 toneladas de empuxo cada no primeiro estágio, e seis motores de 7,5 toneladas de empuxo cada no segundo estágio.

O Saturn I tinha uma estrutura robusta e modular, que usava um conceito chamado de “cluster”, no qual vários motores e tanques eram agrupados para formar um estágio. 

O Saturn I também tinha um sistema de controle avançado, que permitia o ajuste do empuxo e da direção dos motores durante o voo.

O Saturn I foi testado pela primeira vez em 1961, e entrou em operação em 1964, como parte do Projeto Apollo, que tinha como objetivo levar humanos à Lua. 

Quarto voo de teste (SA-4) do foguete Saturn I, em 28/mar/1963, como parte do Programa Apollo.
Quarto voo de teste (SA-4) do foguete Saturn I, em 28/mar/1963.
©Arquivos da NASA.


Ele tinha capacidade de lançar uma carga útil de 9 toneladas a uma órbita baixa da Terra, e era considerado um foguete de baixa capacidade.

O Saturn I foi usado para lançar dez missões não tripuladas do Projeto Apollo, que tinham como objetivo testar os componentes e sistemas da nave espacial que seria usada nas missões lunares, como o módulo de comando e serviço, o módulo lunar, o adaptador do módulo lunar e o escudo térmico. 

As missões, numeradas de SA-1 a SA-10, ocorreram entre outubro de 1961 e julho de 1965.

Todos os lançamentos do foguete Saturn I.
Todos os lançamentos do foguete Saturn I.
©Arquivos da NASA by Wikipedia.


As missões Saturn I foram um passo importante para o Projeto Apollo, pois demonstraram que os Estados Unidos eram capazes de construir e lançar foguetes de grande porte, e de desenvolver e testar as naves espaciais que seriam usadas nas missões lunares.

4.2 Saturn IB: A Ponte para a Lua

O Saturn IB foi o segundo foguete de grande porte desenvolvido pelos Estados Unidos, e o que permitiu a realização das primeiras missões tripuladas do Projeto Apollo, que tinham como objetivo levar humanos à Lua. 

Ele foi baseado no foguete Saturn I, mas tinha um segundo estágio mais potente e eficiente.

O Saturn IB foi projetado pelo engenheiro alemão Wernher von Braun, que liderou a equipe responsável pelo Saturn I, e que continuou a trabalhar na NASA no seu programa de foguetes. 

O Saturn IB era um foguete de combustível líquido, que usava querosene e oxigênio líquido como propelentes no primeiro estágio, e hidrogênio e oxigênio líquido como propelentes no segundo estágio. 

Ele tinha dois estágios, com oito motores de 80 toneladas de empuxo cada no primeiro estágio, e um motor de 90 toneladas de empuxo no segundo estágio.

Desenho técnico de corte do foguete Saturn IB, feito em 1968.
Desenho técnico de corte do foguete Saturn IB, feito em 1968.
©Arquivos da NASA.


O Saturn IB tinha uma estrutura robusta e modular, que usava o mesmo conceito de “cluster” do Saturn I, mas com um segundo estágio diferente, chamado de S-IVB, que era derivado do estágio superior do foguete Atlas. 

O Saturn IB também tinha um sistema de controle avançado, que permitia o ajuste do empuxo e da direção dos motores durante o voo.

O Saturn IB foi testado pela primeira vez em 1966, e entrou em operação em 1968, como parte do Projeto Apollo, que tinha como objetivo levar humanos à Lua. 

Ele tinha capacidade de lançar uma carga útil de 18 toneladas a uma órbita baixa da Terra, e era considerado um foguete de média capacidade.

O Saturn IB foi usado para lançar nove missões do Projeto Apollo, sendo 4 não tripuladas, que tinham como objetivo testar as técnicas e tecnologias necessárias para as missões lunares, como o acoplamento, a transferência, a caminhada espacial, a navegação e o controle de reentrada. 

As missões, chamadas de AS-201 a AS-210, ocorreram entre fevereiro de 1966 e julho de 1975.

Lançamentos do foguete Saturn IB.
Todos os lançamentos do foguete Saturn IB.
©Arquivos da NASA by Wikipedia.


As missões Saturn IB foram um passo fundamental para o Projeto Apollo, pois permitiram que os Estados Unidos realizassem as primeiras missões tripuladas do programa, e que treinassem os astronautas para as missões lunares.

5. Saturn V: O Gigante que Conquistou a Lua

5.1 O Projeto e Desenvolvimento

O Saturn V foi o terceiro e último foguete de grande porte desenvolvido pelos Estados Unidos, e o que permitiu a realização das missões lunares do Projeto Apollo, que tinham como objetivo levar humanos à Lua. 

Ele foi o maior, mais potente e mais complexo foguete já construído na história da humanidade.

O Saturn V foi projetado pelo engenheiro alemão Wernher von Braun, que liderou a equipe responsável pelo Saturn I e pelo Saturn IB, e que continuou a trabalhar na NASA no seu programa de foguetes.

Dr. von Braun próximo aos motores do primeiro estágio do foguete Saturn V, em 1969.
Dr. von Braun próximo aos motores do primeiro estágio do foguete Saturn V, em 1969.
©Arquivos da NASA by Wikipedia.


O Saturn V era um foguete de combustível líquido, que usava querosene e oxigênio líquido como propelentes no primeiro estágio, e hidrogênio e oxigênio líquido como propelentes nos segundo e terceiro estágios. 

Ele tinha três estágios, com cinco motores de 680 toneladas de empuxo cada no primeiro estágio, cinco motores de 100 toneladas de empuxo cada no segundo estágio, e um motor de 70 toneladas de empuxo no terceiro estágio.

O Saturn V tinha uma estrutura gigantesca e sofisticada, que usava um conceito chamado de “estágio paralelo”, no qual os três estágios eram montados em série, e funcionavam de forma sequencial. 

O Saturn V também tinha um sistema de controle avançadíssimo, que permitia o ajuste do empuxo e da direção dos motores durante o voo, e que contava com um computador de bordo, que coordenava todas as operações do foguete.

O Saturn V foi testado pela primeira vez em 1967, e entrou em operação em 1968, como parte do Projeto Apollo, que tinha como objetivo levar humanos à Lua. 

Ele tinha capacidade de lançar uma carga útil de 140 toneladas a uma órbita baixa da Terra, ou de 48 toneladas a uma órbita lunar, e era considerado um foguete de alta capacidade.

5.2 Missões Apollo: A Lua como Destino

O Saturn V foi usado para lançar as onze missões lunares do Projeto Apollo, que tinham como objetivo levar humanos à Lua, e trazê-los de volta em segurança. 

As missões, chamadas de Apollo 8 a Apollo 17, e Skylab 1, ocorreram entre novembro de 1967 e maio de 1973.

Todos os lançamentos do foguete Saturn V.
Todos os lançamentos do foguete Saturn V.
©Arquivos da NASA by Wikipedia.


O Saturn V lançava uma nave espacial composta por três módulos: 

  • o módulo de comando e serviço, que era a nave principal, onde os três astronautas ficavam durante a maior parte da missão, e que continha os sistemas de propulsão, comunicação, orientação, controle, suporte de vida e reentrada; 
  • o módulo lunar, que era a nave secundária, onde dois dos três astronautas desciam à superfície da Lua, e que continha os sistemas de propulsão, comunicação, orientação, controle, suporte de vida e decolagem; e 
  • o adaptador do módulo lunar, que era a estrutura que conectava os dois módulos, e que continha o sistema de escape, que era um foguete de emergência que podia separar o módulo de comando e serviço do Saturn V em caso de falha.

O Saturn V seguia uma trajetória que envolvia várias etapas: 

  • a decolagem, que era o momento em que o foguete saía do solo, usando o primeiro estágio para gerar o empuxo necessário para vencer a gravidade da Terra; 
  • a inserção orbital, que era o momento em que o foguete entrava em órbita da Terra, usando o segundo estágio para acelerar até a velocidade orbital; 
  • a injeção translunar, que era o momento em que o foguete saía da órbita da Terra, e entrava em uma trajetória que o levaria até a Lua, usando o terceiro estágio para acelerar até a velocidade de escape; 
  • a inserção lunar, que era o momento em que o foguete entrava em órbita da Lua, usando o motor do módulo de serviço para reduzir a velocidade; 
  • a descida lunar, que era o momento em que o módulo lunar se separava do módulo de comando e serviço, e descia até a superfície da Lua, usando o motor do módulo lunar para controlar a velocidade e a direção; 
  • a alunissagem, que era o momento em que o módulo lunar pousava na Lua, usando o motor do módulo lunar para amortecer o impacto; 
  • a caminhada lunar, que era o momento em que os dois astronautas saíam do módulo lunar, e exploravam a superfície da Lua, usando trajes espaciais e veículos lunares; 
  • a decolagem lunar, que era o momento em que o módulo lunar decolava da Lua, usando o motor do módulo lunar para atingir a velocidade e a altitude necessárias para se acoplar ao módulo de comando e serviço; 
  • a injeção transterrestre, que era o momento em que o foguete saía da órbita da Lua, e entrava em uma trajetória que o levaria de volta à Terra, usando o motor do módulo de serviço para acelerar até a velocidade de escape; 
  • a reentrada, que era o momento em que o módulo de comando e serviço se separava do módulo de serviço, e entrava na atmosfera da Terra, usando o escudo térmico para proteger os astronautas do calor e da fricção; e 
  • o pouso, que era o momento em que o módulo de comando e serviço pousava na Terra, usando paraquedas para reduzir a velocidade e botes salva-vidas para flutuar na água.

As missões Saturn V foram um passo histórico para a humanidade, pois permitiram que os Estados Unidos realizassem o sonho de levar humanos à Lua, e de explorar o nosso satélite natural. 

A primeira missão que conseguiu esse feito foi a Apollo 11, que ocorreu em 20 de julho de 1969, e que levou os astronautas Neil Armstrong e Edwin Aldrin à Lua, tornando-os os primeiros humanos a pisar no solo lunar. 

A última missão que realizou esse feito foi a Apollo 17, que ocorreu em 14 de dezembro de 1972, e que levou os astronautas Eugene Cernan e Harrison Schmitt à Lua, tornando-os os últimos humanos a visitar o solo lunar.

6. Conclusão

Os foguetes que impulsionaram a corrida espacial foram os responsáveis por alguns dos maiores feitos da história da exploração espacial, e deixaram um legado duradouro para o programa espacial e para a ciência e tecnologia. 

Eles permitiram que os Estados Unidos realizassem as primeiras missões espaciais tripuladas, que colocassem satélites, sondas e humanos em órbita da Terra e da Lua, e que conquistassem a Lua, o maior objetivo da corrida espacial.

Os foguetes da corrida espacial também contribuíram para o avanço do conhecimento científico, da inovação tecnológica, da cooperação internacional e da inspiração humana. 

Eles possibilitaram que os cientistas coletassem dados e amostras sobre o espaço, a Terra e a Lua, que ampliaram a nossa compreensão sobre o universo e o nosso planeta. 

Eles também possibilitaram que os engenheiros desenvolvessem novas técnicas e tecnologias, que melhoraram a nossa capacidade de projetar, construir e operar foguetes, naves e sistemas espaciais. 

Eles também possibilitaram que os países estabelecessem acordos e parcerias, que promoveram a paz e a colaboração entre as nações. 

Eles também possibilitaram que as pessoas testemunhassem e participassem de momentos históricos, que despertaram o nosso interesse e a nossa admiração pelo espaço.

Os foguetes da corrida espacial foram os protagonistas de uma era de ouro da exploração espacial, que marcou a nossa história e a nossa cultura. 

Eles foram os veículos que nos levaram a alcançar as estrelas, e que nos mostraram que os limites do espaço são os limites da nossa imaginação.

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Referências